O HotéisRIO (Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro) e a ACIR (Associação Comercial e Industrial da Região do Recreio e Vargens), em parceria com a TV Record, realizaram nesta quarta-feira, dia 14 de maio, no eSuites Hotel Recreio Shopping, a vigésima segunda edição do seu tradicional Fórum de Meio Ambiente das regiões da Barra da Tijuca, Recreio, Vargens e Jacarepaguá. Na pauta, desenvolvimento urbano e saneamento básico na região, ordenamento territorial e as ações da Iguá.
Márcio Almeida, do Ministério Público, afirmou que as ocupações irregulares e o consequente desmatamento são condutas graves, que geram péssimas consequências. “A legislação precisa endurecer. Penas como multas não são suficientes. Muitas vezes quem está por trás dessas ações são organizações criminosa que precisam ser enfrentadas com rigor”.
O primeiro painel “O desafio do crescimento urbano desordenado nas Vargens e no Recreio” teve como objetivo apresentar um panorama geral sobre o aumento das construções irregulares nas Vargens e no Recreio e os fatores que contribuem para o crescimento desordenado da região. De acordo com o promotor de justiça Leonardo Cuña de Souza, o mercado informal opta por invadir áreas públicas. “Se entrarem em uma área privada vão acabar perdendo na justiça. O problema central é o déficit habitacional, o que faz com que esse seja um mercado interessante. Além disso, a legislação é menos rigorosa, o que faz com que ninguém vá para a cadeia por invadir terrenos”, lamenta.
Renata Tostes, gerente de fiscalização do INEA (Instituto Estadual do Ambiente), afirmou que essas denúncias de ocupação irregular são o cotidiano de sua equipe. “É triste, porque depois que a invasão ocorre, dificilmente volta a ser o que era. Por isso a população tem que estar muito atenta quando for comprar um terreno ou imóvel, para verificar se a documentação está correta. Tostes disse que a tecnologia está a seu favor. “Além de drones, que vão aos locais de topografia mais acidentada, temos um programa chamado “Olho no verde”, onde usamos um satélite para detectar qualquer indício de desmatamento. Isso tem sido bem eficaz”.
No segundo painel “Avanços no Saneamento Básico e os Desafios na Implementação de Infraestrutura no Recreio e nas Vargens”, a concessionária Iguá fez uma atualização detalhada sobre suas ações, que desde 2024 vem implementando melhorias significativas na distribuição de água e na ampliação das redes de esgoto, especialmente em áreas que ainda não contam com esse serviço essencial. O diretor de Assuntos Corporativos da Iguá Saneamento, Leonardo Soares, detalhou os investimentos que a empresa já fez, como o início do tratamento do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, que receberá mais de R$ 300 milhões ao longo dos próximos anos. “Nossa meta é regular entradas e saídas para levar oxigenação para a água, além de instalar novos mangues, com o plantio de mais de 460 mil mudas. Outro investimento fixo é o coletor de tempo seco, que intercepta o esgoto que é despejado nas lagoas. Além disso, faremos a expansão das redes de esgoto nas comunidades. Nosso objetivo é que até 2033 99% da população dos locais que atendemos tenha água e 90%, esgoto”.
O presidente do HotéisRIO e da Acir, Alfredo Lopes, ressaltou que o fórum é realizado há 22 anos com o propósito de unir forças entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil na busca por soluções concretas para os desafios ambientais e urbanos da região. “Neste ano, escolhemos como eixo principal do fórum um tema extremamente sensível e atual: os impactos do crescimento desordenado nas regiões do Recreio e das Vargens, com foco nas construções irregulares, nos seus desdobramentos sociais e ambientais, e na evolução do saneamento básico — uma pauta essencial para a qualidade de vida de milhares de famílias”.