Nerleo se despede da presidência com agradecimentos individuais aos presentes e crítica ao turismo brasileiro
O discurso do novo presidente da ABIH, Dilson Jatahy Fonseca Junior, foi de união. Dilson destacou a importância de colocar a entidade no lugar que ela merece, pela sua importância e relevância, e que está disposto a agregar mais pessoas que possam vir para somar, basta se apresentar que será muito bem vindo a entidade.
Após agradecer as citações a seu nome e o carinho despendido pelo novo presidente, Nerleo Cardoso iniciou seu discurso falando que o turismo brasileiro é uma grande contradição, e que todos devem concordar com ele, pois desde menino houve falar que este é o país do futuro, e já está velho e não viu este futuro chegar.
Nerleo fez uma análise crítica do turismo nacional, principalmente pelo fato de sempre ser tratado como uma promessa que não se concretiza e mencionou alguns casos de sucesso onde de fato houveram investimento que justificassem o crescimento do turismo de forma que o mesmo se tornasse uma atividade lucrativa para o país e para a cadeia produtiva.
O caso do México que recebe hoje 14 milhões de turistas foi um dos mencionados pelo ex-presidente, e destacou que no nosso país além de não ter havido o investimento necessário não foram feitos os planejamentos devidos e tomadas as ações para o fortalecimento do turismo.
Após falar do turismo de forma geral que é um grande sistema, Nerleo mencionou a hotelaria a quem tratou como um sub-sistema do turismo, e falou que ambos estão fragilizados, e que 4% do PIB é um percentual quase que insignificante, pois até a Argentina que está “falida” tem 7,2% do PIB.
O mesmo mencionou que não temos no nosso país o turismo como um segmento de negócio profissional e que tratam o turismo apenas como lazer, praia e férias, e que um rara exceção é o Rio de Janeiro, mas que isto se deu também a contribuição divina que fez um lugar maravilhoso.
Nerleo deixou claro que não temos um cenário ideal, e que se faz necessário o alinhamento do setor, ações organizadas de forma que se consiga fazer o turismo rentável, mencionou, conforme Dilson havia dito, a importância de fortalecimento do turismo interno, salientando inclusive que existem mais de 100 milhões de brasileiros que não fazem turismo, e o mais agaravante, segundo fontes do Senac os poucos brasileiros que fazem turismo elegem como meio de hospedagem a casa de parentes ou amigos.
Além de falar de ações que o mesmo propôs com relação ao ECAD, o mesmo sugeriu que fosse alterado o calendário de férias dos alunos para que seja possível criar oportunidades, diminuir a sazonalidade através da flexibilização das datas das férias escolares.
Nerleo falou também da necessidade da categoria ser mais associativa e se reunir mais vezes, pois o estímulo a participação do setor tendem a torna a categoria mais forte para defender os interesses do grupo, deixando claro que uma associação é uma ação política, e, segundo Guimarães Rosa, “A política é uma das vocações mais nobres” , mas deixou claro que a atividade política de uma entidade como ABIH é voluntária pois ninguém recebe para exercê-la, o que se difere do político profissional que tem em sua alegria o fato de receber para exercer a política.
Quando falou da última gestão que foi de Enrico Fermi, o ex-presidente em exercício salientou que prefere ficar com o que houve de bom na condução do mesmo e informou que entrou na ABIH á 5 anos atrás mediante um convite feito por Dilson que assume a presidência em sua substituição.
Nerleo encerrou seu discurso falando que uma das suas maiores virtudes é a gratidão, e tem muito a agradecer ao Dilson por este convite que o fez ganhar em relacionamento, convivência e poder participar desta interação com todos os envolvidos, e agradeceu nominalmente e individualmente cada um dos que estiveram presentes sempre dando ênfase as suas principais qualidades.