YOU LIFE 2.0 reúne 400 pessoas no Centro Cultural de Porto Seguro-BA

YOU LIFE 2.0 reúne 400 pessoas no Centro Cultural de Porto Seguro-BA

“Se você quer e acredita, pode!” , esse foi o resumo das experiências apresentadas no encontro YOU LIFE 2.0 que reuniu um público de 400 pessoas no Centro Cultural de Porto Seguro-BA, dia 11/11. Dez palestrantes contaram suas vidas repletas de desafios e superação, no evento realizado pela agência de marketing digital de destinos Yaayoo Fusion Thinking, de Luigi Rotunno.

O prrofessor Help inspirado por Porto Seguro, o apaixonado por conquistas Robsom Ramos, Nitinawã Pataxó da Reserva da Jaqueira, o karateca Carlos Vieira, a enfermeira deficiente visual Maria da Conceição, o diretor de Teatro Rod Pereira, a campeã brasileira de mountain bike, Virgínia Setúbal, Daniel de Souza da Ong Ação da Cidadania, a apátrida Maha Mamo e o empresário do setor da hospitalidade Luigi Rotunno falaram no do evento, que teve como slogan “A experiência faz a diferença”.

AS DEZ EXPERIÊNCIAS

        O professor Help, fez uma defesa forte da cidade de Porto Seguro, onde nasceu e atua, “minha cidade me inspirou muito forte e ela precisa ser defendida”. Professor, artista, surfista e jogador de basquete, Help transmitiu muito entusiasmo ao público, onde havia, inclusive muitos dos seus alunos e ex-alunos, “como professor estou tentando mudar o mundo há 30 anos, é humano”. Robsom Ramos fez um relato sobre sua vida, de assistente no setor de construção civil, até consultor de projetos, com diversas premiações nacionais e internacionais.

Nitynawã Pataxó contou sua experiência à frente da Reserva de Ecoturismo Indígena da Jaqueira, “depois de muita luta conseguimos a demarcação em 1997 de uma reserva de 827 hectares para preservar, uma aldeia diferente, abrindo aos turistas”, explicou Nitynawã,” no começo éramos 15 pessoas morando e hoje somos 108, temos escola, resgate da cultura e da língua Pataxó, com 5 mil palavras registradas”. De acordo com ela a Jaqueira foi o resultado da luta dos anciães Pataxó, “nós sentimos a força da terra e transmitimos aos nossos filhos”.

O karateca e empresário no setor de academias, Carlos Vieira contou que sempre sonhou ser professor de karatê e como atleta encontrou um professor que o ensinou a focar, conseguindo representar a Bahia e o Brasil na modalidade, “fui representar o Brasil na França num Open Mundial e eu só tinha R$ 200 no bolso, no aeroporto um gerente da TAM, me deu um patrocínio de R$ 1000 e consegui viajar, tudo na cara e coragem, chegando no aeroporto Charles De Gaulle sem conhecer ninguém”. Em seguida, Carlos Vieira foi campeão brasileiro e panamericano, inaugurou um serviço de tele-mensagens e a academia Olympia,  “nunca desista dos seus sonhos”, frisou Carlos.

QUERER É PODER

      Maria Conceição é enfermeira e deficiente visual, mas nunca deixou que isso limitasse sua vida, sonhos e realizações, “sem esforço não há resultados”, ressaltou ela que depois de formar-se em enfermagem chegou a criar novos setores e departamentos na Saúde, lançando uma mensagem de otimismo e engajamento, “se você quer e acredita, pode!” O diretor de Teatro Rod Pereira mostrou sua trajetória nos palcos, antes como ator e depois na direção, “fui padre em 7 peças e aprendi a falar latim”, explicou Rod, “em 96 comecei como diretor e não parei mais”, mostrando todas as peças que foram em cartaz em Porto Seguro e região, inclusive a “Pluft o fantasminha”, primeira peça para ser representada num gotel, o La Torre Resort de Porto Seguro.

A campeã brasileira de Mountain Bike, Virginia Setúbal é uma ex-obesa que pesava 93 kg e começou as atividades físicas para perder peso,” comecei com a academia, mas foi quando descobri a bicicleta que vi que era aquilo que eu queria realmente”. Formada em direito, preferiu o pedal aos códigos; vieram os primeiros resultados e consegui chegar aos 60 kg de peso, ideal para sua altura e a conquistar o título de campeã brasileira categoria maratona, aos 40 anos em Vitória da Conquista-BA,  “afirmou Virginia, “com fé nunca é tarde para a audácia, por trás das vitórias tem sacrifícios, o impossível é só questão de opinião”.

Daniel de Souza, filho do sociólogo Betinho, apresentou ao público a “Ação da Cidadania” que propõe novamente a campanha “Natal sem Fome”, “depois que em 2014 o Brasil tinha saído do mapa da fome, agora com a crise no país tem 7 milhões de pessoas passando fome, “por isso tivemos que retomar, depois de dez anos sem realizar, o Natal sem Fome, onde esperamos arrecadar 500 toneladas de alimentos, convido todo mundo a participar e a compartilhar a campanha”.

SEM PÁTRIA E SEM DOCUMENTOS

     Maha Mamo relatou ao público sua dramática situação de apátrida, nascida no Libano de país sírios de religiões diferentes, não é nem síria nem libanesa e por isso teve uma vida muito difícil, sendo quase impossível estudar e trabalhar sem documentos, “eu não existia, sem documentos não podia fazer nada, ter acesso a um hospital, trabalhar, estudar na universidade”, explicou Maha, “aos 16 anos escrevi ao presidente do Libano à ONU, mas ninguém podia fazer nada para mim, e em 2014 o único país que me acolheu foi o Brasil, que pela primeira vez me deu documentos e agora com a nova lei da imigração vou entrar com processo de naturalização, o Brasil me deu minha existência, nada me fez parar de sonhar, vai atrás dos seus sonhos e nunca desista”.

O organizador do evento, Luigi Rotunno agradeceu ao público e a todos os palestrantes e fez uma reflexão sobre as novas gerações, “visitei a feira de ciências da escola do meu filho e fiquei surpreso com projetos de dessalinização da água do mar, barracas de praia, erosão das encostas, desmatamento das falésias, poluição sonora e visual,  e outros temas abordados com muita propriedade”, explicou Rotunno, “essas crianças trataram de problemas reais, enxergando soluções para as quais nós adultos muitas vezes somos cegos, o Centro Histórico já perdeu 5 metros na erosão da encosta, a poluição dos rios, o turismo religioso e o turismo marítimo que tem grandes potencialidades, mas não conseguimos ainda uma marina, qual é o legado para nossos filhos?”

Antonio Alberghini / Mídia Mutá        

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